Data e Hora

Avanço na colheita de soja; saiba como foi a semana do grão

O mercado brasileiro da soja teve em fevereiro muitas dificuldades para definir um direcionamento para os preços. Em decorrência deste quadro, a comercialização teve ritmo lento. Os agentes aproveitaram os momentos de pico para negociar um pouco mais, mas, no balanço, a negociação seguiu limitada.

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Os produtores, diante deste cenário, focaram nos trabalhos de campo. Após um período de condições climáticas preocupantes, a situação se normalizou na segunda quinzena. No Centro-Oeste, as chuvas deram espaço para períodos secos e a colheita avançou, atingindo patamares próximos da média, após um início de lentidão.

Já no sul, as chuvas retornaram e ajudaram a limitar os efeitos das fortes temperaturas sobre o rendimento. Mas perdas no potencial produtivo no Rio Grande do Sul já não podem mais ser revertidas. A situação foi semelhante na Argentina, devido ao clima irregular.

No balanço, no entanto, a expectativa é de uma ampla oferta de soja sul-americana entrando no mercado, o que ajudou a pressionar as cotações no mercado futuro de Chicago.

Como ficaram os preços da soja?

  • Passo Fundo (RS): O preço caiu de R$ 133,00 para R$ 131,00
  • Cascavel (PR): O preço subiu de R$ 122,00 para R$ 129,00
  • Rondonópolis (MT): O preço caiu de R$ 133,00 para R$ 117,00
  • Porto de Paranaguá: O preço subiu de R$ 131,00 para R$ 134,00

Chicago

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos com vencimento em maio tiveram desvalorização de 1,58% no período, sendo cotados na manhã do dia 28 a US$ 10,40 3/4 por bushel. Além do avanço da colheita no Brasil, o mercado foi impactado negativamente pelas preocupações com a política tarifária do novo governo americano.

O dólar comercial abriu o mês na casa de R$ 5,84 e vai fechando a R$ 5,83. Mas durante o mês chegou a recuar para níveis de R$ 5,70. O cenário externo, as preocupações inflacionárias no Brasil e ruídos políticos trouxeram de novo a moeda para patamares acima de R$ 5,80.

EUA

A área a ser plantada com soja nos Estados Unidos em 2025 deverá ocupar 84 milhões de acres. A previsão foi feita durante o Fórum Anual do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Analistas esperavam 84,4 milhões de acres. No ano passado, a área totalizou 87,1 milhões de acres.

Essa foi a primeira sinalização para a semeadura americana em 2025. Com preços mais competitivos, o milho deve ganhar área da soja na atual temporada. No dia 31 de março, o USDA vai divulgar o seu relatório de intenção de plantio.

Argentina

As lavouras de soja da Argentina receberam chuvas nos últimos dias, especialmente na região central, o que favoreceu a melhoria da condição hídrica. Em contraste, no norte da região agrícola não recebeu precipitações e teve temperaturas elevadas. No geral, as condições de cultivo também tiveram um incremento.

A soja de primeira tem mais de 40% da área entrando em enchimento de grãos sob umidade ideal. Nas regiões NEA e Norte de Santa Fé, mais de 30% entram nesse período crítico sob déficit hídrico. Na soja de plantio tardio, ainda que algumas lavouras tenham baixa densidade pela escassez de chuvas, a volta recente das precipitações beneficiou a cultura.

Diante desse cenário, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires mantém sua projeção de produção em 49,6 milhões de toneladas.

Tarifas

O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (27) que as tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá entrarão em vigor em 4 de março, conforme planejado. Além disso, a China enfrentará uma tarifa adicional de 10% sobre seus produtos a partir da mesma data. As tarifas sobre México e Canadá haviam sido suspensas em 3 de fevereiro por um mês, mas a administração Trump gerou dúvidas recentes sobre sua reimplementação.

Trump também destacou que a data de 2 de abril para a implementação de tarifas recíprocas permanece em vigor. A decisão reflete a postura dura do governo em relação a questões comerciais e de segurança, mesmo diante de críticas e preocupações sobre os impactos econômicos das tarifas. A medida pode intensificar as tensões comerciais entre os países, especialmente com a China, que já enfrenta tarifas de 10% sobre seus produtos exportados para os EUA.

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