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Associações criticam taxação de Trump sobre aço e alumínio brasileiros

A decisão atinge diretamente o Brasil, que é o segundo maior exportador de aço para os EUA e as vendas para o país representam um terço das exportações brasileiras do produto. Atualmente, 48% das exportações de aço brasileiras e 16% das de alumínio vão para os EUA.

A Associação Brasileira de Alumínio (Abal) manifestou “preocupação” com a medida americana, apesar de ainda não está claro “se essa nova tarifa substituirá a sobretaxa existente de 10% da Seção 232 ou se será adicionada a ela, resultando em uma tarifa total de 35%”.

“Os efeitos imediatos para o Brasil serão sentidos primeiramente nas exportações e na dificuldade de acesso dos produtos brasileiros a esse mercado. Apesar de os produtos de alumínio brasileiros terem plena condição de competir em mercados altamente exigentes como o americano, seja pelo aspecto da qualidade ou da sustentabilidade, nossos produtos se tornarão significativamente menos atrativos comercialmente devido à nova sobretaxa”, explicou Abal.

Segundo a Abal, os Estados Unidos é um parceiro importante por corresponder a 16,8% das exportações brasileiras do alumínio. “O que movimentou US$ 267 milhões do total de US$ 1,5 bilhão exportado pelo setor em 2024. Em termos de volume, os Estados Unidos foram o destino de 13,5% do total (72,4 mil toneladas) das exportações brasileiras de produtos de alumínio. Desse total, 54,2 mil toneladas das exportações estavam sujeitas à Seção 232, e chapas e folhas de alumínio corresponderam a 76% desse volume”, diz a associação.

Além dos impactos na balança comercial, a Abal também teme uma “concorrência desleal” e a elevação dos preços regionais. Por fim, reforça a necessidade de ampliarmos as discussões sobre o fortalecimento dos instrumentos de defesa comercial e a recalibração da política tarifária nacional.

Comércio bilateral

Já a Amcham Brasil – maior entidade multissetorial do País e a maior Câmara Americana de Comércio fora dos Estados Unidos – disse que espera uma solução negociada que entre os governos brasileiros e dos Estados Unidos para preservar o comércio bilateral.

Segundo a Amcham, a decisão de Trump pode “afetar significativamente as exportações brasileiras. “O aço brasileiro é um insumo estratégico para a indústria americana. Com as sobretaxas, há o risco de redução das importações brasileiras desses produtos de origem norte-americana”, afirmou a Amcham.

Em 2024, segundo a Amcham, “as empresas brasileiras importaram US$ 1,4 bilhão em carvão siderúrgico americano, utilizado para a produção do aço no Brasil”. “O Brasil, por sua vez, importa um volume relevante de bens fabricados com aço nos Estados Unidos, incluindo máquinas e equipamentos, peças para aeronaves, motores automotivos e outros bens da indústria de transformação”, diz a entidade.

Vantagem competitiva

A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) também disse que “acompanha com atenção os desdobramentos sobre a taxação de 25% nas exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos”..

O presidente da FIEMG, Flávio Roscoe, destaca que “a expectativa é de que o Brasil tenha uma oportunidade em obter uma vantagem competitiva, uma vez que a indústria brasileira complementa a americana”.

“Assim como ocorreu no primeiro mandato do presidente Donald Trump, entendemos que pode haver algumas concessões em função da complementariedade das duas indústrias. Grande parte das nossas exportações são de produtos semielaborados, que passam por processos de industrialização em empresas norte-americanas, muitas delas coligadas a companhias brasileiras. Isso pode ser um fator favorável para que o Brasil não saia machucado dessa situação”, afirma.

Economia

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