Levantamento divulgado nesta quarta-feira (22), pelo MapBiomas, revelou que a área atingida por queimadas no Brasil cresceu 79% no ano de 2024, em comparação com o ano anterior. Ao todo, cerca de 30,9 milhões de hectares pegaram fogo, uma área maior do que o território da Itália.
Dados da plataforma Monitor do Fogo apontaram que a superfície de terra queimada no último ano foi a maior registrada desde 2019, quando começou a série histórica do projeto. De toda área atingida, 73% foram de vegetação nativa.
De acordo com o MapBiomas, o aumento das queimadas reflete os efeitos de um longo período de seca em 2024 e a formação de um El Niño que durou de junho de 2023 a junho de 2024. O fenômeno meteorológico pode causar períodos de seca e calor acima da média no continente e aumenta as chances de eventos climáticos extremos.
A Amazônia aparece como o bioma mais afetado pelo fogo com 17,9 milhões de hectares queimados no ano passado, representando 58% da área total com incêndios no Brasil. Em segundo lugar, está o cerrado com 9,7 milhões de hectares atingidos.
Na sequência dos biomas mais atingidos, aparece o Pantanal que teve uma seca extrema e foi prejudicado com 1,9 milhão de hectares consumidos pelo fogo durante o último ano.
Já o quarto bioma atingido é a Mata Atlântica que teve 1 milhão de hectares afetados pelo fogo —número maior do que a soma das áreas queimadas de 2019 a 2023, segundo o relatório. Cerca de 70% dos incêndios foram registrados em áreas agropecuárias, mas as chamas acabaram atingindo também áreas naturais.
A caatinga, com 330 mil hectares queimados, e o pampa, com 3.400 hectares alcançados pelas chamas, foram os biomas menos atingidos pelo fogo em 2024.
Entre os estados mais atingidos, o Pará aparece com o maior número de incêndios com cerca de 24% das queimadas no Brasil no ano passado (7,3 milhões de hectares). Mato Grosso (6,8 milhões de hectares) e Tocantins (2,7 milhões de hectares), ocupam a segunda e a terceira posição, respectivamente, entre os estados com mais queimadas em 2024.