A primeira-dama Janja da Silva divulgou nesta segunda-feira (3), pela primeira vez, a sua agenda de compromissos pelas redes sociais. Dados anteriores nunca tinham sido divulgados e a medida ocorre após uma série de cobranças sobre o sigilo das informações de Janja.
A postagem da agenda foi feita no story do Instagram, com duração de 24 horas, e consta que ela tem dois compromissos nesta segunda (3). O primeiro é na sessão solene de abertura do Ano Judiciário de 2025 e o segundo compromisso é uma reunião com o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias sobre a Aliança Global contra a Fome a Pobreza.
Uma das cobranças foi apresentada pela Transparência Internacional Brasil, na última semana. O diretor-executivo da entidade, Bruno Brandão, cobrou a divulgação da agenda da primeira-dama ao apontar que é “público e notório” que Janja exerce “função pública”.
A manifestação foi motivada por uma reportagem publicada pelo blog de Malu Gaspar, no jornal O Globo, intitulada “Governo Lula esconde informações sobre Janja”. Segundo a matéria, o governo federal se recusa a responder uma série de pedidos sobre a atuação e as agendas da primeira-dama apresentados pelo blog e pela ONG Fiquem Sabendo, especializada em acesso a informações públicas.
Na última quinta-feira (30), a deputada Rosangela Moro informou que iria apresentar um projeto de lei para alterar a Lei de Acesso à Informação (LAI) para tornar público o sigilo dos gastos e as agendas da primeira-dama. De acordo com a parlamentar, Janja é uma figura pública e deve prestar contas à população como qualquer outro membro da administração pública.
Após as cobranças sobre o sigilo, a iniciativa de divulgação da agenda partiu da própria primeira-dama e não do novo secretário de comunicação do governo, Sidônio Palmeira. A Gazeta do Povo questionou a Secom se a divulgação ocorrerá também no E-agenda e se haverá quebra de sigilo das contas e outras viagens de Janja da Silva, mas ainda não teve retorno.
Dentro de alguns meses, o governo pretende apresentar um projeto para alterar a LAI, e mudar o texto que, hoje, permite o sigilo de 100 anos sobre informações. Porém, a nova redação enviada à Casa Civil, não cita que os gastos e agenda da Janja se tornem públicos.