Carlo Ancelotti, treinador do Real Madrid, prestou depoimento em um tribunal espanhol nesta quarta-feira (2), uma vez que foi acusado de cometer fraude fiscal por supostamente não ter declarado 1 milhão de euros (pouco mais de R$ 6 milhões) em impostos.
Os promotores acusaram o veterano treinador de sonegação sobre sua renda de direitos de imagem durante sua primeira passagem pelo clube, em 2014 e 2015, e pedem uma pena de prisão de quatro anos e nove meses, além do pagamento de uma multa de 3,2 milhões de euros (R$ 19,5 milhões).
Em um depoimento de cerca de 40 minutos, Ancelotti disse que “nunca pensou em cometer fraude”. “Para mim, tudo estava em ordem”. O italiano revelou que lhe foi oferecido um salário líquido de 6 milhões de euros em julho de 2023.
Ainda segundo o técnico, o clube propôs como esse salário deveria ser estruturado, e ele então passou essa informação para seu consultor fiscal baseado no Reino Unido.
“Eu nunca dei muita importância aos direitos de imagem. Treinadores não são tão importantes. Jogadores são, porque eles vendem camisas”, disse Ancelotti.
“Eu só estava preocupado em ganhar 6 milhões de euros líquidos em três anos. Nunca percebi que algo não estava certo, e não fui informado de que estava sendo investigado”, finalizou.
Em uma entrevista coletiva na semana passada, Ancelotti disse aos repórteres que tinha total confiança no sistema de justiça espanhol e estava ansioso para testemunhar no tribunal.
Antes da audiência, os promotores disseram que a autoridade fiscal espanhola havia confiscado a dívida, mais juros, de Ancelotti. O julgamento está programado para ocorrer ao longo de três dias.