Em entrevista coletiva nesta sexta-feira (14), prévia à grande final do Campeonato Paulista, o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, se emocionou ao relembrar a expulsão no jogo contra o Flamengo, pela Copa do Brasil do ano passado, no Allianz Parque.
Na ocasião, o treinador fez um gesto obsceno para reclamar de uma decisão do árbitro Anderson Daronco, mas acabou flagrado pelo VAR. Após analisar as imagens, o juiz mostrou cartão vermelho ao comandante palestrino, que posteriormente ainda foi suspenso por duas partidas pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
Nesta sexta, Abel desabafou ao falar sobre a rivalidade quente atual entre Palmeiras e São Paulo e pediu para a imprensa tentar gerar menos polêmicas no futebol, assim como ele está tentando melhorar seu comportamento na beira do campo.
“Não queria falar do São Paulo. É um grande rival, aconteceram coisas desagradáveis, comigo também, mas ficou sanado. Para mim, a rivalidade (com o Corinthians) é a mesma. É um dérbi e uma final. Já ganhei e perdi e sempre fomos respeitados na casa dos nossos adversários, assim como na nossa casa. Vejo as coisas de forma diferente”, iniciou.
“Não sou brasileiro, conheço muito bem a realidade do futebol daqui e cabe a repetir o que eu digo. Essa pergunta é espetacular, mas tem uma intenção que, mal respondida por mim, pode dar asa à violência. Sempre fui capaz de pedir desculpas, os 90 minutos eu me altero, vocês viram o (técnico do Lyon) Paulo Fonseca (que foi expulso após dar encarada em árbitro) na França, o (Jürgen) Klopp dsise que teve comportamentos daquele, mas que aprendeu no caminho. Eu tenho que mudar, nós temos que mudar e vocês [jornalistas] têm que mudar”, seguiu.
“Eu entendo que as perguntas mais quentes dão cliques. Mas, do mesmo modo que o (árbitro Raphael) Claus disse, vocês têm essa responsabilidade. Vocês passam a imagem. O momento de maior vergonha na minha vida passou no Palmeiras. Fiz um gesto para dizer que o árbitro não tinha coragem. E um de vocês foi até o gesto para voltar a imagem e me fazer ser expulso”, lembrou.
“Chorei em casa na frente da minha esposa e das minhas filhas. Sangrei por dentro, foi o momento de maior vergonha na vida. Nenhum momento me revejo nela. Mas, não fiz para ofender quem quer que seja”, ressaltou.
“Todos nós temos que melhorar, mas vocês têm que melhorar muito. Se queremos mudar a mentalidade, e não é do dia para o outro, são décadas, e acredito que jornalistas como tu, que são mais novos, que venham para questionar aos mais velhos se é este tipo de jornalismo que queremos para o futuro. É isso que faço como treinador, ganhar dos mais velhos, é o que espero de vocês”, argumentou.
“Meu respeito com o São Paulo e com o Corinthians é o máximo. Vamos competir até o último segundo para ficar com o título”, finalizou.
O Palmeiras enfrenta o Corinthians pela ida da final do Paulistão neste domingo (16), às 18h30 (de Brasília), no Allianz Parque.
