Nesta segunda-feira (10), o Palmeiras venceu o São Paulo por 1 a 0, no Allianz Parque, e avançou à final do Paulistão para decidir o título com o Corinthians. E após a classificação, o técnico Abel Ferreira destacou a importância da presidente Leila Pereira para a ida à decisão.
Em coletiva, o comandante do Verdão lembrou das críticas vindas de parte da imprensa e também da torcida, quando o time ainda tinha risco de não ir à fase final do estadual, e que Leila teve papel importante para trazer tranquilidade, não só à comissão técnica, mas aos jogadores.
“Há uma coisa que eu adoro na nossa presidente, já com o presidente antigo, o (Maurício) Galiotte. Eu estive no PAOK, no Sporting, no Braga, no Penafiel, no Vitória de Guimarães, e a Leila tem uma coisa que eu particularmente gosto: ela é leve, é ambiciosa, quer ganhar, mas não torna o jogo de futebol um jogo de vida ou morte. Ela fala em uma coisa que é verdade, nós temos que nos convencer disso: o futebol é entretenimento. A leveza com que ela fala, mesmo quando tem que me chamar atenção”, começou por dizer.
“Ainda agora, todos estavam em um alvoroço ‘por que o treinador troca (o time)?’, ‘talvez não vai conseguir passar à fase seguinte (do Paulista)’. Ela juntou todo mundo, foi lá falar conosco, falou o que tinha que falar, os jogadores entenderam a mensagem dela, ela sentiu que nós estávamos fazendo o que tinha de ser feito, que estava aqui para nos apoiar. Às vezes os presidentes e as diretorias, quando as coisas correm mal, ameaçam, mandam a torcida invadir o CT, isso aconteceu em outros clubes onde eu estava. E não é assim. E isso é uma das coisas que gosto muito dessa diretoria, dá tranquilidade ao seu treinador, dá tranquilidade aos seus profissionais e, mais do que tudo, acredita naquilo que é feito. Nós podemos perder e ganhar, mas ela acredita”, prosseguiu.
“Eu adorei (ela dizer) ‘parabéns para mim mesmo’ (risos), porque o futebol às vezes precisa dessa leveza. Claro que levamos isso a sério, nos forçamos, mas do outro lado também tem o adversário, não jogamos sozinhos. Chegamos à final, nós e o Corinthians, as equipes que fizeram mais pontos, mas a Ponte Preta fez uma campanha belíssima, o São Bernardo fez uma campanha belíssima, o São Paulo nos criou super dificuldades. Vocês sabem que o Paulista é super agressivo, super competitivo. Conseguimos chegar mais uma vez (à final), mas eu acho que às vezes essa leveza faz com que os próprios jogadores e o treinador consigam trabalhar em paz e a própria criatividade, o momento de ter que decidir, não viver sempre com ‘temos que ganhar, temos que ganhar’. Não, temos que fazer tudo para ganhar, se vamos ganhar, não sei. Essa leveza dá tranquilidade aos nossos jogadores, diretores, funcionários, que vem da nossa líder”, disse, antes de complementar.
“E, sim, tenho sorte de ter tido, pelo menos aqui no Palmeiras, líderes que me ajudam muito e ajudam muito os nossos jogadores, ajudam muito o nosso clube. A torcida quando quer e se junta, a pele de galinha salta, nós sentimos a vibração dos torcedores. É isso que eu peço, que estejam juntos em todos os momentos. Não vamos ganhar sempre, precisamos muito da força deles. Houve um momento do jogo em que o São Paulo nos fez passar por dificuldades e essa força vinda da torcida nos dá uma energia extra que nos ajuda a ter que ir ao fundo do poço buscar mais um sprint, mais um corte, mais um contra-ataque. Essa força e energia que nos fizeram ganhar hoje, seguramente.”
Abel também deixou claro que, em nenhum momento, a pressão de fora atingiu o grupo palestrino, mas que mesmo assim Leila conseguiu manter o clima leve e, por conta disso, teve papel determinante para a melhora do desempenho da equipe após o período turbulento.
“O problema é quando todos vocês (imprensa) começaram a criticar tudo, que a equipe está mal, que eu tenho uma primeira equipe, uma segunda equipe, e os nossos adversários do grupo (do Paulistão) pontuando, e nós também querendo fazer pontos mesmo trocando a equipe toda, e todo mundo fazendo barulho fora por isso e aquilo. A tranquilidade que uma líder como ela deu na altura… não me levem a mal, alguns de vocês, vocês sabem, estamos aqui a tempo suficiente para vocês entenderem. Eu não sei se o Palmeiras vai ganhar, eu sei que o Palmeiras é competente, se prepara e trabalha bem dentro das portas. ‘Abel, você não queria que o Vitor Roque tivesse vindo no início da pré-temporada?’ Queria. Que o Bruno Fuchs tivesse vindo antes? Claro. E o Micael também? Claro. Eu tenho que vê-los em competição, em jogos decisivos, eu queria muito tê-los no início, mas, infelizmente, as contratações não são quando eu quero ou a Leila quer, é quando o mercado permite”, disse.
“Às vezes é preciso de negociações duras, fortes, como foi esta com o Vitor Roque, que talvez o (Anderson) Barros tenha passado noites sem dormir para chegar a um encontro com o agente e com o jogador. Depois, no final, a única que tem a chave é a nossa presidente. Claro que ela tem um papel determinante naquilo que é o nosso clube, ela é a líder máxima, ela coloca o treinador, tira o treinador, renova, ela que manda em tudo aqui dentro. É muito bom, e é por isso que peço aos nossos torcedores, quando as coisas não estão fora do lado de vocês, da comunicação, parece que está tudo mal, e nós dentro sabemos o que estamos fazendo, e às vezes os jogadores deixam-se se influenciar por influenciadores que têm alguns interesses, que não são os que o Palmeiras continue nesse caminho. Quem lidera o nosso clube é a presidente, dizer ‘fiquem calmos’ (risos), ‘sabemos o que estamos fazendo, eu acredito no trabalho de vocês, eu acredito no nosso treinador, no nosso diretor, vamos continuar’. Isso é muito bom ouvir de um líder. Sim, tem um papel determinante, ela é a líder máxima do nosso clube.”
