O ministro do Turismo, Celso Sabino, afirmou nesta quinta-feira (23) que o Brasil “se esforçará ao máximo” para manter sua “boa relação” com os Estados Unidos após a chegada de Donald Trump à Casa Branca.
“O Brasil é um país que ama a democracia, o presidente Lula é apaixonado pela democracia. Respeitamos a decisão do povo americano e, como um grande parceiro comercial e turístico, vamos nos esforçar ao máximo para manter nossa boa relação com os EUA”, disse Sabino.
O ministro deu a declaração durante a 45ª edição da Feira Internacional de Turismo (Fitur), em Madri, na Espanha. Ele apresentou o guia “Investindo no Brasil” no evento, uma iniciativa promovida pela ONU Turismo e pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
Sabino expressou convicção de que o mandato de Trump não vai desestabilizar a América Latina, apesar da nova política migratória americana e da intenção de retomar o controle do Canal do Panamá.
No dia da posse, o republicano afirmou que os EUA “não precisam” do Brasil ou dos países da América Latina. “[A relação é] ótima, deve ser ótima. Eles precisam da gente muito mais do que precisamos deles. Nós não precisamos deles, eles precisam de nós. Todos precisam de nós”, afirmou Trump.
Sabino diz que Lula “é líder global” para mediar conflitos; Zelensky discorda
Em relação às tensões com a vizinha Venezuela, o ministro afirmou que o Brasil “é um país com grande influência na América do Sul” e “grande participação” nas políticas da região.
“O presidente Lula é um grande líder global, inclusive chamado para mediar conflitos militares em todo o mundo, como na Ucrânia e na Rússia e o governo brasileiro será decisivo para continuar a manter a paz na América do Sul e em todo o mundo”, acrescentou.
“Não tenham dúvida de que o presidente Lula e sua equipe diplomática não só manterão a paz na América, mas continuarão a ajudar a manter a paz em todo o mundo”, concluiu Sabino.
O petista tenta mediar o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia em uma articulação com a China. No entanto, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, critica a atuação de Lula. Zelensky afirmou que Lula não é mais um “player” relevante nas negociações para o fim da guerra.
“Hoje eu acho que o trem do Brasil, para ser sincero, passou. Falei com Lula, nos encontramos e pedi que ele fosse um parceiro para acabar com a guerra. Agora ele não é mais um ‘player’. Ele também não será um ‘player’ para Trump”, disse o ucraniano nesta quarta (22).