O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) citou o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), como “um bom nome para a direita” nas eleições 2026. A declaração de Bolsonaro foi feita em uma entrevista à CNN, na qual disse que apoiaria a candidatura de sua esposa, Michelle, à presidência da República, caso ele permaneça inelegível.
“Me dou muito bem com ele, pode ser um nome, pode ser um nome para a direita, um bom gestor também, mas digo, eu não trato desse assunto com ninguém”, afirmou Bolsonaro.
Na mesma entrevista, o ex-presidente citou outros possíveis nomes da direita para as eleições presidenciais em 2026. Ele elogiou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mas apontou que será preciso avaliar se o aliado estará “maduro ou não” para representar a direita em 2026.
Para Bolsonaro, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), comanda um “estado de pequena densidade eleitoral” e, apesar de ter a gestão bem avaliada, “não tem aceitação” e “não tem nome” no resto do país.
Na mesma linha, o ex-presidente disse que o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também é um bom administrador, mas conhecido apenas no estado. Questionado sobre a possibilidade de apoiar Pablo Marçal (PRTB), Bolsonaro disse que ele é “carta fora do baralho”, mas com “potencial”.
Para Ratinho Junior, fala de Bolsonaro é um “reconhecimento”
Procurado pela reportagem, Ratinho Junior não falou diretamente sobre a possibilidade de ser candidato a presidente em 2026. Em nota, o governador disse que “o presidente Bolsonaro cumpriu o que se prontificou a fazer de forma conjunta com o nosso governo. Tudo realizado em benefício dos paranaenses. A declaração dele é um reconhecimento de uma parceria que fez bem ao nosso Estado”.
Kassab, sobre Ratinho Junior: “só não será candidato se não quiser”
O nome de Ratinho Junior como candidato à presidência da república havia sido elencado pelo presidente nacional do partido do governador, Gilberto Kassab (PSD), em outubro do ano passado. Também em entrevista à CNN, o paranaense seria um representante da renovação política no país.
“Temos um consenso hoje no partido que, se tivermos candidato, o Ratinho [Jr.] só não será o candidato se não quiser”, afirmou.
Nos bastidores, aliados de Ratinho Junior ouvidos pela Gazeta do Povo afirmam que o governador deve aproveitar a alta aprovação e bom momento político e econômico do estado para lançar a candidatura presidencial, apesar do franco favoritismo ao Senado. Para tanto, o governador precisaria vencer dois desafios: extrapolar as divisas do Paraná para projeção nacional e unir o PSD em torno de uma possível candidatura.
“Internamente, ele já afirmou que não pretende disputar o Senado. O problema do Ratinho é o partido, pois existe a divergência com a direção nacional, que não teria interesse em uma candidatura própria”, disse à Gazeta do Povo um político do PSD paranaense, aliado do governador.