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Zelensky volta atrás e diz que aceita termos de Trump sobre guerra

Nesta terça-feira (4), o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, divulgou um comunicado oficial tratando de vários dos pontos de conflito entre seu país e os Estados Unidos nos últimos dias. Entre eles está a afirmação de que “a Ucrânia está pronta para vir à mesa de negociações o mais rápido possível para trazer uma paz duradoura para mais perto”. Dois dias antes, Zelensky havia dito que um acordo com a Rússia ainda estaria “muito, muito distante” – o que irritou o presidente Donald Trump.

Desde a discussão entre o ucraniano e Trump, no dia 28 de fevereiro, houve episódios de afastamento do país norte-americano em relação à Ucrânia. O sinal mais forte foi o anúncio, nesta segunda (3), da suspensão de ajuda militar americana ao país europeu, o que o deixa bastante fragilizado para resistir aos ataques da Rússia, de Vladimir Putin.

No comunicado desta terça, Zelensky diz que a Ucrânia está pronta “trabalhar sob a forte liderança do presidente Trump para obter uma paz duradoura”.

“Estamos prontos para trabalhar rápido para acabar com a guerra, e os primeiros estágios podem ser a libertação de prisioneiros e trégua no céu — proibição de mísseis, drones de longo alcance, bombas em energia e outras infraestruturas civis — e trégua no mar imediatamente, se a Rússia fizer o mesmo. Então, queremos avançar muito rápido por todos os próximos estágios e trabalhar com os EUA para chegar a um acordo final forte”.

Zelensky também fez questão de valorizar o apoio financeiro e militar norte-americano até então.

Sobre o recente bate-boca no Salão Oval da Casa Branca, o presidente ucraniano disse que “é lamentável que tenha acontecido dessa forma” e que “é hora de consertar as coisas”. No dia do desentendimento, havia a expectativa de que fosse assinado um acordo entre os países para o fornecimento de minerais estratégicos e terras raras aos Estados Unidos, o que acabou não ocorrendo. A Ucrânia tem vastas reservas elementos químicos essenciais para diversas indústrias tecnológicas e de defesa, como lantânio, cério, praseodímio, neodímio, promécio e samário.

Trump via a parceria como uma “compensação” pelos “cerca de US$ 300 bilhões” enviados pelos EUA para apoiar Kiev na guerra contra a Rússia. Agora, Zelensky disse que “a Ucrânia está pronta para assiná-lo a qualquer momento e em qualquer formato conveniente”.

Vale destacar que o ucraniano manifestava preocupação sobre a efetividade do acordo em relação à proteção do país. Nas negociações ele pediu que os americanos apresentem garantias de segurança à Ucrânia no âmbito do acordo e sinalizou que Trump não havia demonstrado claramente o que desejava fazer.

Leia a nota de Zelensky na íntegra:

“Gostaria de reiterar o compromisso da Ucrânia com a paz.

Nenhum de nós quer uma guerra sem fim. A Ucrânia está pronta para vir à mesa de negociações o mais rápido possível para trazer uma paz duradoura para mais perto. Ninguém quer a paz mais do que os ucranianos. Minha equipe e eu estamos prontos para trabalhar sob a forte liderança do presidente Trump para obter uma paz duradoura.

Estamos prontos para trabalhar rápido para acabar com a guerra, e os primeiros estágios podem ser a libertação de prisioneiros e trégua no céu — proibição de mísseis, drones de longo alcance, bombas em energia e outras infraestruturas civis — e trégua no mar imediatamente, se a Rússia fizer o mesmo. Então, queremos avançar muito rápido por todos os próximos estágios e trabalhar com os EUA para chegar a um acordo final forte.

Nós realmente valorizamos o quanto a América fez para ajudar a Ucrânia a manter sua soberania e independência. E nos lembramos do momento em que as coisas mudaram quando o presidente Trump forneceu Javelins à Ucrânia. Somos gratos por isso.

Nossa reunião em Washington, na Casa Branca na sexta-feira, não ocorreu como deveria. É lamentável que tenha acontecido dessa forma. É hora de consertar as coisas. Gostaríamos que a cooperação e a comunicação futuras fossem construtivas.

Em relação ao acordo sobre minerais e segurança, a Ucrânia está pronta para assiná-lo a qualquer momento e em qualquer formato conveniente. Vemos este acordo como um passo em direção a uma maior segurança e garantias de segurança sólidas, e eu realmente espero que ele funcione efetivamente”.

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