A desaprovação ao terceiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dispara em oito estados do país com o aumento do pessimismo da população com o aumento dos preços dos alimentos e dificuldade em conseguir um emprego.
Essa é a percepção revelada pela nova rodada da pesquisa Quaest divulgada nesta quarta (26) e mostra uma piora da avaliação de Lula em relação ao apurado no final do ano passado. Em apenas dois meses, aponta o levantamento, a desaprovação ampliou a aprovação.
A pesquisa foi realizada em oito estados que representam 62% do eleitorado nacional (São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Goiás), com 9.182 entrevistados presencialmente entre os dias 19 e 23 de fevereiro. A margem de erro varia de 2 a 3 pontos percentuais para mais ou para menos:
A pesquisa mostra que a desaprovação a Lula acima da aprovação foi reforçada em dois meses em três estados (São Paulo, Paraná e Goiás), e ultrapassou neste novo levantamento em outros três (Minas Gerais, Bahia e Pernambuco).
A Bahia chama a atenção na pesquisa por ser um reduto consolidado do lulismo, em que o presidente sempre elogiou por ter dado votos a ele. Já no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, a Quaest aponta apenas agora a alta desaprovação a Lula.
É um resultado semelhante apontado pelo detalhamento dos dados, com uma alta avaliação negativa acima da metade dos entrevistados em seis estados:

A avaliação se estende na percepção do andamento da economia, em que mais da metade dos entrevistados em todos os estados acredita estar indo na direção errada: de 55% em Pernambuco a até 68% em Goiás. Na Bahia, reduto lulista, o pessimismo chega a 57%.
O aumento da desaprovação a Lula foi puxado principalmente pela economia, com destaque para o aumento dos preços dos alimentos, que foi reconhecido pelo governo e aliados.
Pessimismo com a economia
A pesquisa mostra que mais da metade dos entrevistados nos oito estados acredita que a economia piorou, com índices que variam de 50% no Rio de Janeiro a 58% em Goiás.
A percepção de que os preços dos alimentos aumentaram no último mês é geral e quase unânime nos oito estados pesquisados:

A dificuldade para se conseguir um emprego também salta entre os estados pesquisados. Enquanto que, no Paraná, há uma percepção mais favorável, na Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro, a sensação é de mais dificuldade:

Por outro lado, a pesquisa revela que a maioria dos entrevistados nos oito estados acredita que Lula fará um governo diferente nos próximos dois anos do que tem feito até agora:

A maioria dos entrevistados também avaliou que Lula tem dado pouca ou nenhuma atenção aos estados, chegando a 65% na Bahia, 78% em São Paulo, 79% em Minas Gerais e 87% no Rio Grande do Sul.
Os entrevistados na pesquisa também apontaram que a violência é o problema mais grave enfrentado pelos estados, principalmente no Rio de Janeiro (71%), Bahia (44%), São Paulo (34%) e Pernambuco (32%). E também a saúde em Goiás (40%), Minas Gerais (29%) e Rio Grande do Sul (27%).