Em entrevista coletiva após a vitória por 3 a 2 sobre o Mirassol, que valeu a classificação aos mata-matas do Campeonato Paulista, neste domingo (23), o técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, lamentou por ter sido forçado a escalar força máxima nos últimos compromissos do Verdão, o que gerou diversas lesões no elenco.
Recentemente, o Alviverde perdeu o meia Maurício com uma luxação no ombro, que forçou até mesmo cirurgia. De acordo com o treinador, ele será desfalque por “dois ou três meses”.
Além disso, o meia Felipe Anderson, o zagueiro Gustavo Gómez e o lateral Piquerez, tiveram contusões musculares e estão sob cuidados do departamento médico.
Abel, por sua vez, disse que a situação complicada do grupo D obrigou sua comissão técnica a abandonar o planejamento de dividir o elenco, o que acabou gerando as lesões que “esfacelaram” o time na reta final da fase de grupos.
Justamente por isso, o português voltou a pedir “esforço” da diretoria para contratar reforços para a sequência da temporada.
“Sabem quantos jogadores eu trouxe hoje? Quantos de linha tinham no banco? Tinha oito! Isso é uma amostra do que será a temporada, porque se eu tiver quatro jogadores lesionados, e nós vamos ter, é isso que vamos apanhar. E é com esse elenco que vamos ter que ir ao Mundial e lutar pela Libertadores. É com esse elenco, não é com outro. E eu vou colocá-los quando? Quando tiver as provas à sério? Não, é agora. Pedir que a direção faça um esforço para nos ajudar também, para seguirmos completando nosso elenco, que é tão competitivo, e que espero que continue a ser”, iniciou.
“Perdemos um pênalti contra o Corinthians, por exemplo, que poderia nos dar outro resultado para poder gerir a competição, mas não deu. A partir de certa altura, eu fui obrigado a ter que colocar força máxima em jogos seguidos, e não era isso que eu queria fazer. Coloquei a força máxima, o Maurício lesionou e vai ficar fora dois ou três meses, em seguida foi o Gómez… Não era isso que eu queria, mas, em função daquilo que é exigência de ter que ganhar a competição, isso terá consequências no futuro”, seguiu.
“Não era o que eu queria. Por isso, decidi dividir o elenco. Mas chegou a uma altura que, infelizmente, nosso grupo foi o que mais fez pontos no Paulista, e mais uma vez volto a dizer que a Ponte Preta não merecia ficar fora, dar parabéns pela excelente campanha que fez, e volto a pedir que repensem o formato da competição. Mas, a partir do momento que chegamos ao intervalo e soubemos o quanto estava o outro jogo, falei para os meus jogadores: ‘Nós não vamos ficar com a sensação no final porque perdemos hoje aqui’, independentemente se era o Mirassol ou outra equipe qualquer, com todo o respeito ao Mirassol. Que digo novamente: se mantiver essa vontade no próximo jogo, vai dar luta”, apontou.
“Acho que fomos a equipe que mais transpirou, esse é o termo. Foi a equipe que usou mais o esforço, o crer, o acreditar, para levar daqui os três pontos e a classificação”, finalizou.
Como o Alviverde passou em 2º lugar, ele terá que enfrentar o São Bernardo fora de casa no duelo das quartas, que será em jogo único.
O dia e horário da partida ainda serão anunciados pela Federação Paulista de Futebol após reunião com os clubes classificados.