O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (11) que a taxação de 25% sobre aço e alumínio determinada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não é uma decisão “contra o Brasil”. Haddad disse que o governo acompanha a situação para entender as “minúcias” da decisão.
“Nós estamos acompanhando, primeiro para saber as minúcias da decisão, entendendo quais implicações isso vai ter. Porque não é uma decisão contra o Brasil, é uma coisa genérica para todo mundo, estamos observando as reações do México, China e Canadá”, reforçou o ministro nesta tarde.
Ele afirmou que o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) está preparando um relatório sobre o tema para apresentar ao presidente Lula (PT). Questionado sobre uma possível negociação com os EUA, Haddad apontou que é preciso aguardar o parecer.
“Não sei qual a disposição do governo americano nesse momento de negociar até porque em 2018, se eu não estou enganado, aconteceu de uma sobretaxa ser imposta e depois houve um recuo pouco tempo depois. Então por isso que o MDIC está fazendo essa avaliação para levar para o presidente o quadro geral, e nós vamos avaliar conjuntamente”, disse.
Em 2018, Trump taxou as importações de aço em 25% e as de alumínio em 10%. Contudo,o governo brasileiro conseguiu negociar um sistema de cotas para a tributação. Além do MDIC, o ministro afirmou que o Itamaraty também “está envolvido” nas discussões sobre a decisão de Trump.
Governo Lula adota cautela em meio à “tarifaço” de Trump
No último dia 30, Lula prometeu manter uma relação de “reciprocidade” com os Estados Unidos, caso Trump decidisse taxar os produtos brasileiros. No entanto, o governo tem sido cauteloso e ainda avalia como reagirá a taxação.
Mais cedo, o ministro Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que o Brasil não entrará em guerra comercial. “O Brasil não estimula e não entrará em nenhuma guerra comercial. Sempre seremos favoráveis a que se fortaleça, cada vez mais, o livre comércio”, disse Padilha após a abertura do Encontro de Novos Prefeitos e Prefeitas, em Brasília.
Na mesma linha, o vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), destacou que a posição do Brasil “é sempre de colaboração”. “Vamos aguardar. A nossa disposição é sempre a de colaboração, parceria em benefício das nossas populações. Nós acreditamos muito no diálogo”, disse Alckmin nesta segunda-feira (10).
Para Haddad, medidas unilaterais são contraproducentes e afetam as melhorias na economia global. “A economia global perde com isso, com essa retração, com essa desglobalização que está acontecendo. Isso não significa defender a velha globalização, que trouxe outros desequilíbrios, é defender um tipo de globalização sustentável”, frisou.