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Setor de biocombustíveis rebate Lula e nega impacto no preço dos alimentos

Os empresários do setor de biocombustíveis contestaram a suspeita levantada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de que a produção estaria impactando no alto preço dos alimentos, que levou a uma crise interna dentro do governo.

“Eu não tenho outra coisa a não ser chamar os produtores de soja para saber. Quero saber se a soja para o biodiesel está criando problema, se o milho para o etanol está criando problema”, disse o presidente.

Atualmente, cerca de 80% do biodiesel produzido no Brasil vem do óleo de soja, enquanto 15% do etanol nacional é fabricado a partir do milho. Além disso, a produção de ambos os combustíveis conta com financiamento do BNDES.

No entanto, representantes da indústria de biocombustíveis rejeitam a hipótese de que isso esteja encarecendo os alimentos e afirmam que o presidente pode ter recebido informações equivocadas. Julio Cesar Minelli, diretor-superintendente da Aprobio, associação que representa os produtores de biodiesel, afirma que não há muito do que explicar sobre essa dinâmica.

“Ele acabou tendo informações atravessadas e colocou sem maior reflexão, mas tenho certeza que as informações corretas já devem ter chegado a ele”, disse em entrevista à Folha de S. Paulo.

O setor defende que, ao contrário do que foi sugerido, a produção de biodiesel pode até contribuir para a redução do preço da carne. Isso porque, ao processar a soja para a fabricação do óleo utilizado como biocombustível, 80% do produto resultante é farelo, essencial para a alimentação de gado.

“O setor está muito tranquilo que não é o causador disso [aumento no preço dos alimentos], já que todas as informações que a gente passa para governo e sociedade apontam exatamente o contrário”, pontuou.

Segundo os produtores, a valorização do óleo de soja ajuda a reduzir o custo desse farelo, o que pode baratear a carne no mercado. “Com isso, o feito é o contrário; a utilização do óleo de soja pelo biodiesel contribui para baixar os preços da carne”, completou Minelli.

Desde que a crise foi instalada em meados de janeiro, após Lula ter dado um puxão de orelha nos ministros para encontrarem uma solução, integrantes do governo têm elencado diversos motivos para justificar a alta dos preços dos alimentos. Ora por questões econômicas, ora pelo clima, e outros, como essa suspeita levantada por Lula.

“Uma das coisas mais importantes para que a gente possa controlar o preço é o próprio povo. Se você vai no supermercado aí em Salvador e você desconfia que tal produto tá caro, você não compra. Ora, se todo mundo tiver essa consciência e não comprar aquilo que ele acha que está caro, quem está vendendo vai ter que baixar [o preço] pra vender, porque se não vai estragar”, disse em entrevistas a rádios da Bahia.

Apesar da reclamação, Lula disse que a inflação dos alimentos será solucionada em breve.

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