O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste sábado (18) que pretende processar o ministro Fernando Haddad (Fazenda) por acusá-lo de estar por trás do vídeo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) que levou à crise da norma que ampliava a fiscalização do Pix.
Bolsonaro classificou o governo Lula como um “bebum dirigindo um carro” e afirmou que o recuo de Haddad na norma sinaliza uma fraqueza ou incompetência.
“Recuou porque é fraco ou porque é incompetente ou os dois? Recuaram. Agora querem processar o Nikolas [Ferreira], o Eduardo Bolsonaro o [Gustavo] Gayer por fake news”, disparou.
O governo acionou a Polícia Federal para investigar a origem das notícias de que as transferências via Pix poderiam ser taxadas acima dos limites ampliados, de R$ 5 mil para pessoas físicas e de R$ 15 mil para empresas.
Embora Nikolas Ferreira não tenha dito que haveria taxação, ele disse que não se surpreenderia se isso viesse a ocorrer, assim como aconteceu com a imposição de impostos sobre as compras estrangeiras até US$ 50. Para Haddad, a gravação que viralizou rapidamente teria sido bancada pelo PL.
O deputado ainda classificou o monitoramento das transações como uma “quebra de sigilo mascarado de transparência” com o objetivo de arrecadar mais impostos – o governo, segundo ele, “só está pensando em arrecadar, sem oferecer nada”.
“Tenho para mim que o Bolsonaro está um pouco por trás disso, porque o PL financiou o vídeo do Nikolas. O Duda Lima foi quem fez o vídeo”, disse em entrevista à CNN Brasil na sexta (17).
Haddad emendou e afirmou que “o Bolsonaro tem uma bronca da Receita Federal pelas questões já conhecidas”. “A Receita Federal descobriu o roubo das joias, abriu a investigação das rachadinhas, abriu a investigação sobre os mais de 100 imóveis comprados pela família Bolsonaro”, completou.