A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) lembrou nesta segunda-feira (24) que cerca de 10,6 milhões de ucranianos permanecem longe de seus lares devido à guerra, iniciada há três anos com a invasão russa em fevereiro de 2022. Desse total, quase sete milhões vivem atualmente em outros países.
O alerta foi feito pelo alto comissário da ONU para os Refugiados, Filippo Grandi, que enfatizou a necessidade de assistência humanitária contínua diante dos desafios enfrentados pela população deslocada.
“Uma terceira parte da população ucraniana precisa de ajuda humanitária e essa urgência deveria estar na mente de todos, mesmo agora que a política toma protagonismo”, afirmou em comunicado.
Deslocamentos e destruição continuam
Embora a maioria dos refugiados e deslocados internos tenha fugido nos primeiros meses do conflito, os ataques aéreos contra cidades ucranianas continuam a causar vítimas e novos deslocamentos. “Os ataques aéreos massivos e incessantes continuam matando, causando feridos e deslocamentos diários”, ressaltou Grandi.
Nos últimos seis meses, aproximadamente 200 mil pessoas foram evacuadas de áreas próximas ao front, principalmente no leste e no norte da Ucrânia, segundo a ACNUR. Além disso, a destruição da infraestrutura habitacional tem agravado a situação dos refugiados. De acordo com o órgão, cerca de dois milhões de residências — o equivalente a 10% do total do país — foram danificadas ou destruídas ao longo do conflito.
A destruição das moradias e a instabilidade da guerra dificultam o retorno dos refugiados ao país.
“60% deles dizem que esperam voltar, mas a insegurança, os problemas de escassez de moradia e as limitadas oportunidades de trabalho dissuadem por enquanto a maioria de fazê-lo”, explicou o alto comissário.
Diante do cenário atual, Grandi destacou que a recuperação da Ucrânia dependerá de esforços humanitários e da reconstrução das cidades afetadas. “Quando as condições melhorarem e os retornos voluntários forem mais possíveis, os alojamentos de emergência e a assistência humanitária jogarão um papel crucial no processo de reconstrução”, afirmou.